
Neste verão, durante duas semanas, recebi minha afilhada brasileira aqui na Suíça. Corajosa, com apenas 10 anos, ela enfrentou a incerteza de uma viagem para outro continente, sozinha pela primeira vez, para buscar experiências que certamente a marcaram para sempre.

A visita reforçou ainda mais o que penso: este país é uma destinação bárbara para crianças brasileiras. Me explico: Sofia viveu aqui coisas únicas como fazer um boneco de neve em pleno verão, visitar fábrica de chocolates, fazer stand up paddle olhando para o Mont Blanc no maior lago da Europa, colher amoras diretamente de uma floresta a quarteirões de casa, sair para jantar a pé, interagir com estrangeiros de diversas nacionalidades e culturas, andar de transporte público, fazer picnic em lugares públicos, cuidar de jardim e de abóboras, nadar no lago junto com alguns patos, alimentar animais, andar nas montanhas, visitar museus interativos, correr pelas ruas livre, tudo sem medo e com toda segurança.

Essa liberdade que a Suíça ainda oferece me lembra um pouco os anos 70 em São Paulo, quando crianças podiam sair sozinhas, jogar amarelinha na rua, brincar com os amigos do bairro. Toda criança deveria ter este direito!

Infelizmente a questão social do nosso país tem impedido que muitas crianças possam viver o que vivemos nas nossas infâncias: liberdade e descobertas naturais e espontâneas.
Me delicio de olhar a criançada nos horários de entrada e saída das aulas: com patinete, a pé ou de bicicleta, fazendo um pampeiro na rua, rindo alto e conversando, na maioria das vezes desacompanhadas de um adulto. Nada de motoristas, seguranças, babás e muito menos carros blindados. Simplicidade com liberdade, algo a ser vivenciado, pelo menos por um dia!
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