
Quem já chegou na Suíça pelo aeroporto de Zurique provavelmente foi surpreendido no trajeto do trem que liga os terminais. Para quebrar a austeridade de um aeroporto lindo e eficiente, do nada, na janelinha do vagão, aparece a imagem de Heidi acenando para os visitantes e um barulho de vacas (vídeo abaixo). Mais suíço impossível!
Heidi é um sucesso nacional. Personagem de um livro infantil escrito em 1880 pela escritora Johanna Spyri, Heidi tem uma história triste, perde seus pais com cinco anos e vai viver com a Tia. Esta então arruma um emprego e é obrigada a deixar a pobre menina com seu avô, um velho turrão que vive sozinho em um chalet simples nos Alpes suíços.
O avô ermitão cuida de suas cabras, faz seu próprio queijo e está bastante feliz com sua vida silenciosa e calma nas montanhas quando é surpreendido com a chegada da criança, que altera totalmente sua rotina. Sem infraestrutura para acolher uma criança no meio do nada, o avô tem que readaptar sua vida àquela chegada inesperada.
Heidi, ao invés de temer a montanha e o velho carrancudo desconhecido, mostra-se curiosa e diverte-se com as pequenas novidades da vida nos Alpes, conquistando aos poucos o coração de todos que a rodeiam: o avô, as cabras, os animais e Peter, um garoto que ajuda o avô com os animais. É evidente a felicidade dela ao descobrir a simplicidade da natureza.
Quando o avô deixa que Heidi entre no seu coração a tal Tia volta, levando Heidi novamente para a cidade, onde ela conhece Claire, uma garota que não pode andar. Heidi novamente quebra o gelo e conquista o coração de Claire. Tornam-se melhores amigas.

Mas as saudades dos Alpes são tantas que Heidi cai doente na cama. Para salvá-la, a Tia autoriza que ela volte para as montanhas, onde ela se restabelece e começa um romance com Peter.
Claire ficou também saudosa de Heidi e foi visitá-la nos Alpes. Peter tem então uma crise de ciúmes (viu, Suíço pode ser ciumento!) e quebra a cadeira de rodas de Claire. A pobre fica imobilizada. Mais uma vez a heroína Suíça mostra que tem o melhor coração do mundo e ensina Claire a andar, realizando um milagre.
O livro infantil já virou filme, desenho animado. Heidi é até marca de queijo suíço. Heidi vende bem! Ela simboliza o romantismo e a maneira do suíço amar a natureza. Heidi é um sucesso enorme, a ponto de ter sido escolhida para dar as boas vindas e despedir-se dos turistas que aparecem por aqui. O livro já foi traduzido em mais de 50 línguas, um clássico suíço!
Comprei os DVDs quando estava começando a aprender francês. Me diverti tanto, e aprendi, com o desenho. Vale a pena!

Heidi tornou-se a embaixadora do Grison, o cantão suíço alemão que inspirou esta história e que é cenário dos filmes e desenhos lançados. É também no Grison que Meu Suíço nasceu.

O Grison é até cafona de tão perfeito e bonito que é. É provavelmente o lugar onde as famosas fotografias da paisagem suíça foram tiradas para serem estampadas nos calendários. Lá é impossível não enlouquecer só de ver a paisagem pela janela do carro. Parece que os campos são jardins planejados, totalmente harmônicos. Uma coisa de louco, indescritível mesmo.
Na pequena cidade Maienfeld, onde a história foi escrita, existe a Heidiland uma espécie de parque onde pode-se visitar a casa de Heidi e andar um pouco nas montanhas perfeitas e conhecer mais sobre esta garota que simboliza tão bem o enorme coração Suíço.
Conteúdo não próprio.Vídeo do aeroporto de Zurique registrado por Matthias Lüfkens: