
Os últimos dias têm sido dias históricos para o Brasil mas muitos historiadores terão dificuldades para explicar o que realmente aconteceu.
Nos acostumamos com coisas que deveriam ser “inacostumáveis”.
Assistimos diariamente a liderança ser acusada, e provadamente implicada, em corrupção, manipulação e uso indevido da máquina pública por interesses pessoais. Testemunhamos o prejuízo do coletivo. Assustadoramente observamos nossas empresas perderem valor. Acostumamos com o retorno da inflação. Vivemos a maior recessão do século. Navegamos em uma economia sem remos. Atestamos falta de compromisso e seriedade.
Tem sido assim, todos os dias o castelo tem desmoronado um pouquinho mais.
Pior ainda é acompanhar a falta de caráter de muitos que se agarram a cargos para se eximir das consequências de atos. Palavra e nada viraram a mesma coisa.
E agora chegou a hora do salve-se quem puder. Bárbaros implicando ex aliados. O baixo golpe e último suspiro. “Se eu for, levo muitos”.
A que ponto chegamos!
É exatamente nestas horas que realmente me sinto longe.

Longe, por ter que participar calada, virtualmente, sem poder ir para as ruas de verde e amarelo.
Longe, por não conseguir explicar o inexplicável.
Longe, por não ter vocabulário para explicar quando meu país aparece nos jornais. Acreditem, é tudo tão surreal que os gringos não acompanham. É preciso ter cabeça safada e acostumada com barbaridades para entender tanta canalhice sem querer cortar os pulsos.
Longe, por ter que ouvir “você que está certa, desistiu do Brasil”.
Não, não desisti não. Nunca.

Adoro a Suíça, país que escolhi e onde sou muito feliz. Mas sou brasileira. Amo o Brasil. Visto as duas bandeiras.
Eu daqui da Suíça mantenho a esperança e vibro ao assistir meu país se levantar e dizer basta.
Basta de sem vergonhice.
Basta à falta de caráter.
Basta ao oportunismo!
Basta a falta de ordem.
Basta de bloquear o progresso.
Basta!
Basta!
Vale a pena. Não podemos desistir e entregar o Brasil.
Precisamos recuperar o orgulho de ser brasileiro e virar logo esta página imunda da nossa história. Ninguém aguenta mais.