
Sem dúvidas, o Cristo Redentor de Genebra é o "Jet d'eau", ou Jato d’água, uma fonte localizada no lago Genebra que arremessa a água a 140 metros de altura.
Como Paris tem a Torre Eiffel e New York tem o Empire State, Genebra exibe na maioria de seus cartões postais o jato. E é ele que os turistas querem ver e fotografar quando visitam a cidade. Fotogênico, o Jato geralmente se impõe no lago. Porém alguns turistas deixam a cidade frustrados pois, diferente de outros pontos turísticos, este tem que ser ligado e desligado de vez em quando.
Muitos não sabem mas a razão de existir deste famoso jato é o acaso.
Tudo começou no século XIX, quando Genebra vivia um desenvolvimento intenso. Com o crescimento da cidade a necessidade de água aumentou por parte da população e da indústria local. A prefeitura então resolve fazer em Genebra uma usina hidráulica para distribuir o fluxo do Rio Rhône para a população e fábricas de Genebra. Esta realmente funcionou de 1886 a 1990.
Acontecia que, à noite, quando as máquinas industriais paravam, uma supressão imensa se produzia na usina hidroelétrica, obrigando os operadores a sair correndo para parar as bombas. Um estresse monitorar o fluxo da energia. Ter alguém de plantão para ligar e desligar a bomba em função da demanda era uma chateação que os deixava bastante vulneráveis. Um errinho bobo e iria tudo para o espaço.

Até que alguém teve a brilhante ideia de criar uma válvula de segurança para controlar a pressão da bomba. Quando precisava ser diminuída a pressão, jogava-se para o céu a água da supressão. Bingo! Daquilo culminou um jato no lago, naquela época com 30 metros.
Em Julho de 1891 o conselho da administração da cidade de Genebra decidiu promover algumas atrações turísticas. O jato foi então lembrado e ainda melhorado. Para comemorar os 600 anos da Confederação Suíça, foi inaugurado um jato de 90 m no lago, que começou então a caracterizar a cidade de Genebra.
Hoje o jato tem uma altura média de 140 metros e uma velocidade de saída de água de 200 km/h, escoando 500 litros de água por segundo. Oh la la!
Em dias claros e nítidos, é possível ver o jato de Genebra do lado oposto do lago, lá das janelinhas medievais do Castelo de Chillon. É especial quando acontece.
O jato, apesar de já estar por aqui há 120 anos, é sensível e precisa de um super monitoramento. Temperaturas baixas, ventos fortes, chuvas violentas demandam uma parada total, pois caso contrário podem causar sérios danos a pedestres, automóveis e edifícios localizados perto do lago.
Hoje o bom funcionamento do Jato d’ água de Genebra é garantido por voluntários aposentados do Serviço Industrial da cidade. Experientes, eles conhecem como ninguém a maneira de manter o jato funcionando em perfeito estado sem causar badernas e desastres pela cidade.
E se os turistas visitarem a cidade e não encontrarem o jato, desolée. Sinto muito. Aqui segurança e organização estão em primeiro plano. Ainda bem!