
Cheguei cansada de uma longa viagem sábado de manhã. Geralmente brigo para não dormir e me ajustar ao fuso horário com mais facilidade mas desta vez larguei minhas malas ainda não abertas, tomei um banho e fui para a cama.
No domingo acordei com um dia bem mais ou menos, sabe aquele dia que fica o tempo todo garoando fininho? Perfeito para não fazer nada! Mas mesmo assim, insisti... queria sair. Acho que estava com saudades de andar livre pela Suíça e caminhar um pouco. Meu corpo reclama quando não ando por ai.
Meu Suíço, acostumado com as quatro estações, topou de cara. Saímos de carro em direção a Morges, com guarda-chuvas, onde andaríamos um pouco respirando ar puro.
Logo no caminho vimos uma placa: Les Puces du Design. Mercado de Pulgas com peças de design? Não poderia gostar mais.

Morges, uma cidade pequena, oferecia três grandes eventos para aquele dia chuvoso: Comptoir, que é uma exposição de produtos locais, a Festa da Tulipa, que é um jardim maravilhoso e colorido na beira do lago, e este Mercado de Pulgas do Design, que não conhecia. A primavera e o verão na Suíça oferecem surpresas maravilhosas, adoro!
Paramos o carro e para lá fomos.
Um monte de coincidências fizeram deste evento um sucesso: domingão nublado e feio, último dia da feira, peças lindas. Resultado, galpão lotado.

Lá dentro era mais que a Disney World para quem gosta de design. Enlouqueci.
Pensei sem parar na minha prima arquiteta, que me visitou há exatos cinco anos atrás, nesta mesma época. Ela piraria.

Costumo dizer que na Suíça, onde muitas coisas são caras, também encontramos boas oportunidades. Me explico: muitas coisas que no Brasil são consideradas antigas aqui são consideradas velhas. Peças tidas como raras no Brasil, em função de ter que cruzar um oceano, são encontradas nos quatro cantos dos mercados de pulgas, muitas vezes a preço de banana. Já comprei louças antiquíssimas, de dois séculos atrás, por menos de um franco. Alguém que conhece o que é bom, tem tempo, paciência e interesse faz a festa por aqui.
E este mercado foi uma delícia pois oferecia apenas o que já foi garimpado nos mercados de segunda mão, restaurados e autenticados.

Cadeiras de design, assinadas e autênticas, as mesmas que são encontradas em museus do design, estavam a venda por lá.
Vestidos vintage, daqueles coloridos, longos, exclusivos. Tudo a disposição.
Foi uma festa de formas, cores e curvas.

Sofás e cadeiras, prateleiras, muitos lustres e charme. Tudo assinado. Tudo original.
Fiquei encantada e inspirada.
Estar rodeada de arte e de design top realmente inspira. Muda a nossa ótica. Enche a cabeça de ideias.
Já faz tempo que quero mudar a decoração da nossa sala e lá foi pura inspiração mas, não comprei nada.

Peguei alguns cartões e revistas, tirei inúmeras fotografias. Foi como uma imersão de artes.
Agora vou circular e pesquisar com outros olhos os inúmeros brechós e depósitos que conheço.
Amo garimpar.
Me inspirei.
E animei: ainda vou encontrar um móvel de tirar o folego para restaurar neste verão!