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Art Basel, uma explosão de tudo


Este ano fui. Me arrependi tanto de não ter ido na de 2015 que fui logo no primeiro dia, para garantir.

Fui de trem, bate volta. Vantagens de viver em um país pequeno.

Das outras vezes que fui foram tantas as informações que voltei esgotada, do avesso. Desta vez não foi diferente. Voltei nocauteada, mas super feliz.

Organização Suíça, obras de arte do mundo inteiro e todas as ousadias possíveis: na arte, nas concepções, nos preços, nos expectadores. Têm alguns tipos indescritíveis, verdadeiras obras de arte. Uma delícia ir e observar tudo e todos.

Começou dia 13, para convidados, e abriu para o público no dia 16. Fica aberta até 19, domingo. Quem estiver na Suíça, tem que ir.

Existem pacotes de trem bastante interessantes. Pode-se comprar o ingresso e o transporte com um preço desconto de bilheteria, incentivando o uso de transporte público. Os ingressos podem ser comprados para um ou mais dias e oferecem descontos para casos especiais. Os detalhes estão na página da internet deles.

Art Basel tem uma reputações imbatível pelo trabalho de altíssima qualidade daí atrair as galerias de arte e colecionadores mais importantes do mundo. É uma oportunidade única de ver e entender o que tem de melhor no mundo da arte, quem é quem e quais as tendências atuais.

No prédio principal acontece a exposição. São mais de 4000 artistas apresentados por 286 galerias de artes. O show é dividido em oito setores: Pinturas, esculturas, instalações, filmes e vídeos, múltiplos estilos, gravuras, fotografias e apresentações ao vivo. Mas não se iluda, apesar de organizado a gente se perde mesmo.

No andar térreo do prédio principal estão as galerias mais tradicionais. Um museu aberto onde a gente transita entre obras de artistas tradicionais e caríssimos do século passado, como Picasso, Matisse, Chagall, Botero e também entre contemporâneos valorizadíssimos como Anish Kapoor, Antonio Tàpies e tantos outros que é uma loucura tentar nomear. Tudo está a venda.

Ví um estrangeiro interessado em um desenho a carvão, simples, bonito e nada enorme. Artista não desses que a gente conhece de cara, alguém do século passado mas nenhum Picasso. Ele perguntou à atendente o valor. Ela disse o número em inglês. Ele não entendeu de cara. A comunicação estava difícil. Ela então disse número por número: três, zero, zero, zero e zero. Rí quieta, muitos zeros, e pior, em euros!

No andar de cima estão galerias menos tradicionais com artistas ainda não tão famosos como os de baixo. Encontrei a Fortes Vilaça, brasileira, entre elas. É lá que a gente encontra de tudo. Experimentação total, técnicas menos convencionais, instalações malucas e muitas esquisitices. É divertido e muito louco ver as coisas que criam por ai. Muitas vezes de lá saem grandes e promissores novos e eternos artistas.

Depois, em um pavilhão anexo, tem a Unlimited, um galpão imenso onde artistas contemporâneos apresentam obras, instalações e projeções, tudo absolutamente imenso. É a parte mais interativa da exposição e muito interessante.

Não tem certo nem errado. Tudo pode, vale tudo na Art Basel. Tem estilos e gostos que certamente não te agradam mas agradam a alguém. É um mundo diferente, de tolerância e aceitação. O que mais gosto é a sensação do estímulo. Na Art Basel nada passa desapercebido. As obras provocam emoções, não interessa se atração, amor, nojo, pena ou repúdio mas ninguém fica indiferente.

Voltei largada no trem. São tantas as informações e os estímulos desencadeados através de formas, cores, materiais, idéias e objetos que a gente fica exaurido tentando absorver e processar tudo. É intenso. Mas vale muito a pena.

Do cansaço me recuperei dormindo. Sei que vou passar o ano inteiro inspirada e curiosa, esperando o que virá ano que vem.

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