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Euro 2016, futebol com estrangeiros


A cada quatro anos acontece a Euro copa. Este ano Euro 2016. Evento top do futebol Europeu, comparável a Copa do Mundo.

A expectativa é grande na Suíça. Aqui um em cada quatro habitantes é estrangeiro então daí pode-se imaginar a folia que acontece neste evento. Todo mundo opina, coloca bandeirinhas nos carros e nas janelas e assistem sem parar os jogos nos telões, bares e casas de amigos.

Semana passada estava em Dubrovnik, na Croácia. Caminhando na praia vimos um bar com as TVs para fora, mostrando o jogo da Croácia. Claro que não resistimos e sentamos, assistimos o jogo numa língua totalmente difícil de entender mas tomando um vinho branco delicioso e dando as costas para o turquesa do mar maravilhoso de lá. Adorei a experiencia. Croacia ganhou. No jantar da noite, com nossos anfitriões, vesti a camiseta da seleção deles. Sentiram-se super honrados!

Nosso grande evento foi na sexta feira, Espanha contra Turquia. Convidamos um casal de vizinhos espanhóis, de Barcelona, e um outro casal, ela Alemã e ele Grego e Inglês. Aqui é assim, juntam 6 pessoas e temos cinco nacionalidades. Vieram com as crianças, meninos de 9 a 11 anos.

Antes do jogo, as 7 horas, jantamos aqui em casa. Fiz algo super simples, frango com batatas para agradar os meninos. E eles adoraram. No jantar, tomamos vinho do Valais, uma edição especialmente feita para a Euro 2016, Cuvée Foot. Nem preciso dizer que Meu suíço lotou nossa adega com este vinho.

Quando descemos para assistir o jogo, o espanhol me perguntou se eu tinha cerveja. Fiquei surpresa pois sei que ele ama um vinho. Justificou, “Futebol tem que ter cerveja”. Cada um com suas tradições.

Os espanhóis vibraram, xingaram, pularam e comemoraram todos os passes do jogo. Fanáticos, não deixaram nada quieto. O inglês acordava de seu cochilo entre uma e outra manifestação mais alta do espanhol. Cada um torce do seu jeito.

Quando o jogo terminou, 11 da noite aqui, o espanhol perguntou se ainda havia vinho. Bom, ele estava na cerveja mas nós havíamos tomado 90 minutos de tinto. A festa recomeçou. O inglês acordou de vez, despachou a alemã com seus filhos e encheu seu copo de vinho. Terminou tarde a festa. A cozinha badernadíssima teve que esperar o sábado de manhã. Fiquei detonada.

Mas a prova de tolerância foi no domingo. Um casal de franceses nos convidaram para assistir França e Suíça. Achei que era provocação mas era sério. Fomos.

Tomamos o apéro, comemos umas coisinhas gostosas e jantamos um jantar delicioso, um bife e um filé de cordeiro que ele fez na chapa.

Perguntei diretamente, vocês são pela França ou pela Suíça? Eles, naturalizados suíços, afirmaram que estariam felizes com qualquer resultado. Mais neutro impossível.

Nem saímos da mesa começou a rolar a La Marseillaise, hino francês. O da Suíça é triste, e o da França empolga. Ponto para eles. Ficamos de pé para escutar. Aqui é assim.

O jogo foi travado. França já classificada e Suíça jogando pelo empate. Nada empolgante e sinceramente até um pouco decepcionante, sabendo-se que a França é uma das favoritas.

No meio tempo foi servido um prato de queijos maravilhosos. Queijos e mel trufado, acompanhando o gruyères. Como os hábitos Franceses são deliciosos!

Nos poucos momentos de empolgação a francesa não escondia sua preferencia. “Allez les bleus!”. Se empolgava e depois se desculpava timidamente. Meu Suíço, mudo, só queria que o jogo terminasse.

E terminou no zero a zero. Bom para os dois times, que já garantiram suas vagas nas oitavas de final.

Passamos a sobremesa. Torta de peras que fiz, receita do Charlô. Uma deliciosa bomba calórica. Todos prometeram começar o regime na segunda feira. Esperado.

No embalo do vinho resolvemos que a final será Suíça e França.

Nos despedimos. Agradecemos a hospitalidade.

Acertamos que, se a final realmente for a nossa escolhida, assistiremos ao jogo separados, cada um na sua casa. Melhor assim!

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