
Os Suíços geralmente são discretos mas fizeram tanta festa quando inauguraram o Chaplin’s World em meados de maio, que eu até desconfiei. Confesso que não estava muito animada para ir não. Disseram que era uma mistura de museu com parque temático. Fiquei intrigada e fui.

Lembro quando era pequena que a Rede Globo, depois do Fantástico, no domingo, apresentava o Festival do Charles Chaplin. Os filmes, clássicos do cinema mudo e depois do cinema falado, faziam o maior sucesso lá em casa. Papai era apaixonado por Carlitos, ou O Vagabundo, e nós, adoravamos dormir mais tarde.
Acho que assisti a todos os seus filmes, uma mistura de comédia e pastelão, tudo feito com muito charme, inteligência e sensibilidade. Quando lançaram o DVD, compramos a coletânea completa.
Considerado por alguns críticos como o maior artista cinematográfico de todos os tempos, o "pai do cinema" atuou, dirigiu, escreveu, produziu e financiou seus próprios filmes. Um colosso!como dizia meu Pai.

Ontem fui a Vevey entender o tributo que seus filhos, ainda vivos, e autoridades Suíças fizeram para ele.
O acesso é fácil, com ponto de ônibus na porta, parada Chaplin. Bem suíço! Mas fomos de carro e não tivemos o menor problema para parar no estacionamento do Chaplin’s World. Toda a programação está em Francês e em inglês. Algumas informações aparecem também em alemão.

Vale ver o estúdio antes de visitar a casa. No estúdio a gente assiste a um filme de 10 minutos em um cinema com cortinas vermelhas, onde principais momentos da vida e da obra do artista são lembrados. Do filme, visitamos um estúdio cinematográfico, com muitos cenários, maquinários, filmes e figurinos de antigamente.

Devagar vamos descobrindo e nos deliciando com a vida dele, seus filmes, suas maiores aventuras e até reconhecimentos, como Óscar recebidos.
Somos transportados para um tempo onde os filmes eram em rolos, as máquinas enormes e os efeitos não tão especiais. É possível interagir com o cenário, olhas as películas de projeção, nos fantasiar de Carlitos e até entender os truques daquela época.

Nos tempos de Chaplin, pesava mais ter talento que ter a última tecnologia. E isso ele tinha, para dar e vender. O cara era realmente incrível. Fazia tudo em seus filmes, desde edição, cenário e atuação. Um louco.
Do estúdio demos uma volta na propriedade. Desbundantemente localizada no centro de um enorme jardim, a casa onde ele viveu seus últimos anos já vale a visita. Montanhas são vistas ao redor de toda a propriedade. Não era a toa que ele amava brincar, sentar e se inspirar naquele jardim.

A casa é enorme e foi adaptada de uma maneira muito charmosa para a exposição. Traz os móveis como eram, alguns personagens em cera quase que reais, objetos pessoais, fotografias e muitas informações interativas para explorar sobre sua vida pessoal e profissional.

Eu não sabia que ele havia casado três vezes e tido 11 filhos. Também me deliciei em saber que aquele gênio era amigo de outro maluco, Albert Einstein. Fiquei imaginando a conversa daqueles dois monumentos!
A visita termina em uma lojinha simpática, onde Carlitos aparece em camisetas, cartões, canecas, bengalas, estatuetas e ai vai... lojinha de museu, onde você se anima e paga uma fortuna por tudo. Eu até que resisti bem.

Na saída, um restaurante charmoso com pratos rápidos e gostosos. Vale a pena reparar no teto do restaurante. Um charme!
Programa completo.

Diversão garantida.
Vale a pena ver e reviver Carlitos.
Só faltou Papai.