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Fondation de l’Hermitage, o museu mais charmoso de Lausanne


Lembro que em 2002, quando nem sonhava que um dia moraria na Suíça, visitei Lausanne. Fazia um frio do cão. Fiquei hospedada em Genebra mas fui a Lausanne para um jantar inesquecível no hoje conhecido “melhor restaurante do mundo”, na época orquestrado por Philippe Rochat.

No dia seguinte, depois de tamanha estravagância gastronômica, fui perambular pelas ruas de Lausanne e acabei descobrindo o l’Hermitage, um dos museus mais charmoso que conheço.

Lá descobri Giacometti, que eu nem desconfiava que era suíço.

Depois desta paixão a primeira vista, volto sempre que posso a este museu delicioso. As exposições são geralmente interessantes e como o museu é pequeno, são fáceis de visitar e absorver.

Mas nem sempre que volto à Fundation l’Hermitage vou para exposições. Esse museu charmoso oferece mais que isso.

Localizado ao Norte de Lausanne, é acessível a pé, de ônibus ou de carro. Ir a pé é uma caminhada linda. Nem todos sabem que Lausanne tem algumas florestas a seu redor. Para chegar lá é preciso caminhar ladeira acima, mas sempre rodeado de verde. Saber que está em uma floresta a apenas alguns metros do centro da cidade é realmente especial.

O museu é uma mansão linda, rosada, que fica no centro de um jardim estonteante. Muito verde. De lá a gente avista os telhados de Lausanne, de longe.

Este jardim, na primavera e no verão, fica lotado de visitantes com suas sestas de picnic. Um charme fazer um picnic no jardim do museu.Programa que adoro!

Para quem prefere conforto, o museu tem um restaurante/café que é uma delícia. Perfeito para comer algo antes ou depois de uma visita ao museu. Ele é tão gostoso e tão charmoso, que as vezes justifica até a ida para lá sem nenhuma exposição agendada.

Na verdade, não sei o que gosto mais, das exposições ou da construção em si. O palacete é super bem mantido. Tem janelas imponentes que deixam o sol entrar de uma maneira que logo a gente se sente em casa. E um assoalho de madeira que faz aquele barulhinho quando a gente anda. Teto alto. Mosaicos no chão. Uma escada que é uma escultura. E para completar, madeiras no teto do sótão. Não tem como não se apaixonar.

Com tudo isso, quem liga para a exposição? Pior é que as exposições de lá são pequenas, charmosas, interessantes e muito bem montadas.

Semana passada fui conferir BASQUIAT, DUBUFFET, SOULAGES... Une collection privée. Fui com duas amigas. Amamos.

Coleção privada jamais exibida ao público, mostra uma diversidade de artistas. As obras modernas, praticamente executadas no pós guerra, mostra artistas informais e neo-expressionistas e ajuda a entender um pouco da criação contemporânea europeia. E tem também um monte de artistas americanos. Diversidade é o que se deve esperar.

Mas o que amei mesmo foi ouvir no áudio o colecionador, que não é identificado, discutindo alguns quadros e dizendo as razões de gostar ou não de determinado trabalho. Ele conta do impacto de algumas das obras em sua vida, o porque da aquisição, a maturidade da percepção da obra. A gente pode fechar os olhos e imaginar aqueles quadros decorando a casa dele. Sortudo. E generoso! Resolveu dividir aquilo tudo conosco.

A exposição fica por lá até dia 30 de outubro. Vale a pena descobrir.

E pra quem não se interessa por arte, vale pensar em uma caminhada na floresta seguida de um merecido almoço gostoso em um lugar desbundante.

Programaço!

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