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Educação e cidadania


Hoje cedo, passeando com meu Roger, me deparei com um sinal de trânsito de atenção, destacado por uma luz amarela que piscava. Alguma obra por aqui, pensei.

Continuei nossa caminhada e vi então um movimento vindo da escola dos pequenos. Nem me surpreendi muito pois as crianças saem frequentemente para passear a pé na vizinhança. Faz parte do programa caminhar mas desta vez elas estavam sendo guiadas por um policial. A professora acompanhava o grupo mas era ele quem liderava e instruía os pequenos.

Posicionadas em fila indiana, todas usando um boné fosforescente, as crianças seguiam as instruções do policial para atravessar a rua pela faixa de pedestres e finalmente se posicionarem em uma calçada, todas alinhadas e viradas para a rua, independentemente da fina garoa que caia.

Os pequenos estavam todos participativos e atentos a fala da autoridade local, que de longe parecia alguém jovem, dinâmico e divertido.

Deviam ser umas 15 crianças, mais ou menos na faixa de uns 7 anos, imagino eu. A amiguinha do Roger dele estar por lá, pensei, me aproximando curiosa do grupo. Cachorro nestas horas é uma delícia, permite bisbilhotar sem dar muito na cara.

Me aproximando, entendi um pouco da dinâmica.

O policial tinha um microfone onde se comunicava com um carro de polícia que passou por eles, sem parar, em uma velocidade possivelmente mais alta que o limite de 30 km/h indicados para aquela ruazinha.

Iniciou-se uma discussão sobre qual seria a velocidade do carro, seguida de informações sobre risco, segurança e até sobre multas.

Aquele carro voltou e estacionou na frente do grupo. Outro policial entrou na discussão.

Onde as crianças se sentariam se saissem para uma volta no carro? Qual o equipamento necessário para que se sentassem no banco de trás? Sinto de segurança? Por qual porta entrar no veículo e daí para a frente. De de maneira interativa discutiam o que estava certo e o que estava errado em diferentes situações.

Tenho certeza que aquelas crianças aprenderam muito mais hoje que se estivessem dentro de suas salas de aula. Os ensinamentos foram muito além do trânsito. Aprenderam a respeitar os policiais, discerniram o certo do errado através de exemplos práticos, entenderam seus direitos e obrigações. Serão, certamente, influenciadores em suas próprias famílias.

Se os pais fugirem da regra, vai ouvir, aposto.

E não tem como admirar a seriedade dos policiais. Dois funcionários estavam lá, investindo seu tempo em treinamento e educação das futuras gerações, mostrando-se acessíveis e próximos da população. Tinham carro, sinalização,equipamento, os gorros enfim, os recursos necessários para a efetiva educação. Investimento no futuro, certamente muito melhor que corrigir delitos.

Por estas e outras que tiro o chapéu para a seriedade deste país.

E voltei com meu cachorrinho, desta vez pela calçada e não pelo meio da rua, como as vezes faço. Acho que fiquei com medo de levar uma chamada desta pequena geração.

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