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Alojamento com aposentados pela Universidade de Genebra


Ouvi pela primeira vez esta história em uma reportagem na televisão local. Depois no jornal. Não tem como não comentar sobre esta iniciativa inovadora e genial.

A ideia surgiu pois a Universidade de Genebra estava enfrentando dificuldades para arrumar acomodação para seus estudantes. Os quartos eram poucos e realmente caros. Nada surpreendente, sabendo-se que a Suíça não é o lugar mais barato do mundo.

Foi lançado então o programa “1 h par m2” ou “Uma hora por metro quadrado”, onde o estudante da universidade é acolhido na casa de uma pessoa aposentada e paga sua estadia através de trabalhos domésticos. Um quarto de 16m2 obriga o estudante a trabalhar 16 horas por mês, ou 4 horas por semana, para seu anfitrião.

A experiência já acontece na casa de 25 idosos e tem sido maravilhosa para os dois lados.

Serviços domésticos como cortar a grama do jardim, passear com o cachorro, alimentar os gatos, limpar a casa e fazer supermercado, pode virar um desafio para alguns idosos. A presença destes jovens na casa ajuda a aliviar estas dificuldades. Alguns idosos aproveitam o talento dos jovens até para se atualizar, tirando dúvidas de informática.

E para o estudante a oportunidade é maravilhosa. Se o estrangeiro não tem um endereço fixo, o visto de estudante não é emitido. Também são muitos os estudantes que não dispõem dos recursos para bancar a acomodação. Solução inteligente para todo mundo.

Existe porém disciplina na relação. As regras para este programa são bem claras e expressas em um contrato. A independência das partes envolvidas é assegurada. Ninguém é obrigado a gostar do outro. Mesmo assim, se observou que as barreiras caíram e a dupla, muitas vezes separadas por mais de 50 anos, estabelece uma relação de respeito e consideração. Mais saudável, impossível.

Com estes 25 casos pilotos o departamento de alojamentos da universidade tem observado que os benefícios são ainda mais abrangentes que o óbvio.

Para um idoso ter em casa um jovem é rejuvenescedor. Traz uma nova motivação e dinâmica para o dia a dia. Além, assegura aos seus familiares o conforto de que o idoso está sendo assistido por alguém bem perto. Para o estrangeiro jovem, viver com um idoso é aprender sobre a língua e a cultura do país que se vive. A integração cultural acontece muito mais rápido.

A lista de espera já é enorme para 2017.

O programa, copiado com sucesso de algumas universidades alemãs, aparentemente chegou para ficar.

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