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De volta à Minha Suíça


Fiquei um bom tempo sem escrever pois os últimos dois meses foram sem folga para mim.

A loucura começou com o início de dezembro. Fênetre na nossa casa em St-Prex. Pela primeira vez fizemos uma festa absolutamente prática para nossos vizinhos. É duro para mim confessar, mas usei talheres e pratos descartáveis, que odeio com todas as minhas forças. Claro que caprichei, coloquei tudo charmoso, com lacinhos e me garanti fazendo coisas gostosas mas, com o final da festa, foi tudo para o lixo. Feio mas prático!

Não sei se já contei mas tenho copos de vidro comprados no Ikea, uma cadeia Sueca que vende tudo bem mais barato que se imagina, especialmente para festas. Os copos vão na máquina de lavar e se quebram no meio da bagunça, não dá dor nenhuma no coração. Tenho uns 40 de vinhos, outros 30 de champagne e outros vários de água. Festa garantida para mim e algumas amigas que pegam emprestado sempre que precisam! Eles foram para a Fênetre afinal, nenhum vinho merece ser bebido em copo de plástico.

Depois tive minha irmã, sobrinho e sobrinha por aqui. E com a tentação de gastar todas as horas com eles, comecei a rarear minha frequência nos blogs. Curtimos tanto... foi especialmente bom mostrar meus lugares preferidos para eles e claro, apresentar o Roger, que foi o motivo principal da visita.

Minha irmã e sobrinho foram embora e minha afilhada ficou aqui, só comigo, por outros dez dias. Dias deliciosos. Ela se integrou à minha rotina e pode com certeza afirmar que viveu a Suíça dos suíços. Faltou a neve mas sobrou caminhadas nas florestas, passeios nos lagos, cozinha a quatro mãos, confecção de presentes de Natal e muita andação, para cima e para baixo.

Depois foi um calor enlouquecedor, calor de temperatura e da recepção gostosa em São Paulo. Passar um tempo com meus pais é sempre muito bom. Muitos amigos se ressentem que não consigo ve-los. Desconfio que acham que eu os esnobo, sem tempo nas minhas visitas ao Brasil. Quem me conhece sabe que não é isso, é somente uma questão de prioridades. Aprendi que nem sempre se pode ter tudo.

E a volta para Suíça foi simplesmente espetacular. Nunca na minha vida fui tão bem recebida como desta vez. Me explicaram que para um cachorro não existe relatividade de tempo, o que explica bem as festas que eles fazem quando a gente chega em casa ou até quando a gente acorda. Fiquei quase três semanas sem ver meu peludo e parece que Roger sentiu a longa ausência tanto quanto eu. Assim que me viu pulou em mim, querendo me abraçar e nunca mais me soltar. Seus 25 kgs soltaram a alça da minha bolsa e me levaram direto para o chão. Precisei ficar uns 10 minutos abraçada com ele para acalma-lo. Foi a gloria!

E com o começo do ano veio um novo projeto, o de ajudar na construção de um armazém. Trabalhando em casa, entre lavagens de roupa, caminhadas com Roger, marinadas de frangos, como eu gosto. Estou amando. Claro que minha vida está de ponta cabeça e eu atrasada em muita coisa mas, faz parte! Já deixei o perfeccionismo para trás faz um bom tempo, ainda bem.

E a vida voltou ao normal: Caminhadas na floresta de manhã, independente de chuva, neve ou tempo bom. Jantares gostosos, escolhidos e cozinhados com amor. Limpar os rastros de neve, que chegam dentro de casa pelas patas do animal. Assistir nova série no Netflix. Vinhos e papo no jantar. Paisagens desbundantes. Algumas viagens espetaculares para organizar. Encontros com amigos queridos. Aprender, aprender e aprender para desenvolver o projeto que me foi confiado. Aspirador, para tirar a enxurrada de pelos que Roger solta. Mais aspirador.... nunca vi soltar tanto pelo assim! E teve até aniversário para comemorar.

Tudo isso acabou atrasando as histórias que conto na Minha Suíça. Foi ficando de lado, fui postergando para amanhã, ou depois. Até que recebi um chacoalhão bem dado de uma leitora. “Teca, você está bem? Aconteceu alguma coisa? Nunca mais escreveu no Minha Suíça... ”. Sorri. Já diria minha irmã, plagiando St. Exupéry, “Você é responsável pelo que cativas”. Bom não?

Pois é.

Adoro a minha vida por aqui. E claro que vou continuar contando daqui. Quem quiser me ler, lerá!

Bem vindo 2017!

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